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Praga de piolhos e lêndeas em várias escolas da cidade Alfredo Cunha | | Só em situações urgentes pais são levados a rapar a cabeça das crianças para erradicar o problema |
Denisa Sousa
Um aparecimento fora do normal de piolhos e lêndeas em escolas do concelho de Braga, com o pico de incidência no mês passado, levou pais e responsáveis escolares a desconfiarem de um "surto". As farmácias confirmam um acréscimo de vendas de produtos para eliminar os parasitas e há quem ainda não se tenha conseguido livrar do problema.
Segundo os farmacêuticos tudo pode ter tido origem na maior resistência da espécie aos tóxicos, fazendo com que o contágio se tenha prolongado além das épocas consideradas mais comuns, que coincidem com o início do ano escolar e são de curta duração O que é certo é que Novembro foi fértil para o ataque dos parasitas, que apareceram em força em escolas e infantários.
As férias, que ontem começaram, podem servir de atenuante desta espécie de surto, se todos os alunos afectados fizerem o tratamento, advertem os profissionais. "A minha filha anda num infantário e também houve o mesmo problema", revelou uma farmacêutica do centro da cidade.
Embora exista a noção de que as coisas estão "um pouco mais calmas", há pais que ainda não conseguiram eliminar os insectos, como é o caso de Mariana (nome fictício) de 14 anos, aluna do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian, que apanhou os parasitas na escola, há várias semanas, sem que os tratamentos estejam a evitar as recidivas.
"Ela faz o tratamento e, passados uns dias, já traz outra vez", explica a mãe, revelando que toda a família acabou por ser afectada, bem como outros alunos do mesmo ano. Neste estabelecimento escolar, segundo o presidente, Carlos Alberto Pereira, o período de maior contágio aconteceu em Novembro, no primeiro ciclo, altura em que todos os pais foram avisados.
Contudo, os parasitas atingiram também as turmas mais avançadas, sem que se tenha feito muito alarido. "Desconhecia. O que pode ter acontecido é que os miúdos não fizeram o tratamento ao mesmo tempo e houve contágio para os mais velhos", estima, adiantando que quando recomeçarem as aulas será feita nova avaliação.
Da farmácia Henriquina, a proprietária confirmou um aumento de vendas, mas fez questão de frisar que "os pais não devem usar produtos preventivamente". Na Pimentel, um funcionário disse acreditar que o surto se prolongou, devido a reincidências. "Como os piolhos estão mais resistentes aos desinfectantes comuns, é cada vez mais difícil matá-los". | | |