Em Elvas, Rondão Almeida (PS), defende mesmo a criação de zonas francas nas regiões fronteiriças para fazer face à disparidade dos preços dos combustíveis em Portugal e Espanha.
"As regiões fronteiriças deveriam ter um estatuto que permitisse adequar o sector comercial a ambos os países, tipo zonas francas, porque quem paga com a actual situação é o comércio tradicional pelas diferenças de impostos", argumentou o autarca de Elvas.
Esta é a "maior preocupação" que o autarca de Elvas, cidade próxima da fronteira do Caia, encontra em todo o processo que envolve a diferença de preços dos combustíveis (mais baratos em Espanha) nos dois países Ibéricos.
Contudo, Rondão de Almeida garantiu ainda que a frota da Câmara Municipal de Elvas vai continuar a ser abastecida nas gasolineiras da cidade portuguesa.
"Por mais barato que seja o combustível do lado de lá, nós abastecemos sempre do lado de cá: os empresários portugueses não têm culpa dos governos não legislarem no sentido de igualar o preço dos combustíveis em ambos os países".
Mais a norte, o presidente da Câmara de Almeida, que inclui a importante fronteira de Vilar Formoso, revelou hoje à Lusa que já propôs ao ministro da Economia que sejam tomadas medidas que permitam a redução dos preços nas regiões fronteiriças, para evitar a crise nas empresas do sector.
António Baptista Ribeiro (PSD) defende que seja tomada "uma medida de excepção para as zonas de fronteira" que permitisse a prática de "preços diferenciados do resto do país, num raio de 30 a 40 quilómetros" a partir da linha de fronteira.
"Penso que era uma medida que era perfeitamente possível de implementar mas é preciso haver vontade política", disse o autarca, após verificar que a prática de preços mais baixos nos combustíveis em Espanha, está a originar o fecho de gasolineiras e o despedimento de funcionários no seu concelho e nos vizinhos.
"Já o tentei sensibilizar várias vezes [ao ministro da Economia], porque é uma solução que é perfeitamente possível de implementar em toda a zona raiana enquanto houver a diferença de ISP e IVA em relação a Espanha", disse.
No Minho, o presidente da Câmara de Valença, José Luís Serra (PS), defende que hoje "há claramente condições" para a descida do preço dos combustíveis em Portugal e alertou para a situação difícil das gasolineiras portuguesas das zonas de fronteira.
"Numa altura em que a tendência do preço do crude é de descida, nenhum dos comuns mortais percebe que os preços dos combustíveis aumentem em Portugal. Penso que é chegada a hora de a entidade reguladora do sector explicar devidamente o que é que se está a passar", referiu o autarca.
José Luís Serra garantiu que "há muito tempo" que abastece a sua viatura pessoal em Espanha, onde os preços são "bem inferiores" aos praticados em Portugal.
"Já fechou um posto de combustíveis em Valença e imagino com que esforço é que os outros se mantêm abertos", disse ainda José Luís Serra.
Lusa/SOL
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